domingo, 31 de março de 2013

Uma feliciana fábula sobre um clubinho - Texto de Bernardo Fontaniello


Havia, há muito tempo, um clubinho no lado direito da grande casa dos dois pratões. Ninguém ligava pra ele, não se ouvia falar dele. Isso ocorria porque existiam muitos outros clubinhos naquela casa. Muito disputados pelos grandes dinossauros e seus poderosos amigos, eles eram. Porém, o clubinho sempre ficava em segundo plano, nenhum dinossauro queria tomar conta dele.
Daí, num dia, o grupo dos dinossauros que tomavam conta do clubinho não quis mais olhar por ele. Passou esse encargo para outro grupo de dinossauros, um grupo menor e menos influente na casa dos dois pratões. E esse grupo escolheu para chefe do clubinho, um dinossauro encrenqueiro e muito falante.
De repente, como uma saraivada de balas, todos os dinossauros começaram a olhar para aquele clubinho. E também os mamíferos que confiaram naqueles dinossauros viraram seus olhos para o clubinho e seu novo chefe. E esse dinossaurinho levado não parava de soltar frase polêmicas no clubinho. Ele se dizia contra os mamíferos que comiam frutas nas árvores mais baixas só porque ele e aprendeu que comer das mais altas era o certo. Também era contra a ideia de que mamíferos roedores podiam se entender com equinos e muito mais.
Mas os chefes do seu grupo não faziam nada.
Muitos mamíferos e dinossauros começaram a se revoltar pra tirá-lo do clubinho, mas ele não queria sair. Dizia que ninguém entendia suas ideias e que ele ia fazer o clubinho ser aceito entre os clubes maiores da casa. O dinossauro falante até tentou se explicar pros mamíferos diante de um perguntador deles, mas não conseguia convencer nenhum deles.
As falas que o dinossaurinho disse foram muito feias e não se deve repeti-las. Talvez ele não seja mesmo o melhor chefe para o clubinho e nem devesse estar entre os dinossauros naquela casa.
Mas sempre é bom terminar uma história com um final feliz e uma frase clichê – mesmo sabendo que na realidade as coisas não são sempre assim. O clubinho agora está mais visível na casa dos dois pratões, um dinossauro mais cauteloso pode, ainda, tomar conta dele. Há males – têm vezes isso acontece, pode acreditar – que vem para bem.

PS.: Depois de ler e revisar a historinha não me convenci por inteiro sobre a frase clichê, mas foi assim que o avô de meu avô contou essa passagem há muito tempo atrás e não seria eu quem mudaria isso.

O Calcanhar de Aquiles da Democracia


No dia 07/03, a Comissão de Direitos Humanos e Minorias deixou de ser o que por muitos era considerada secundária. Isso ocorreu em função da Câmara ter eleito o Pastor Marco Feliciano como novo Presidente.

Feliciano é um membro de grande influência na Igreja Assembleia de Deus, e, apesar de ser um deputado federal eleito por São Paulo com mais de duzentos mil votos, até então tinha pouca expressão política.

Com o novo cargo, seu passado sombrio foi surgindo à tona, sendo acusado de racismo, homofobia e estelionato. Além disso, o sacerdote também é acusado de beneficiar familiares, membros de sua campanha e de sua igreja, tendo, por exemplo, um funcionário fantasma recebendo três mil reais da Câmara (ou seja, dinheiro público) para ser secretário em seu gabinete que, no entanto, trabalha em um escritório em Guarulhos. Em entrevista com Danilo Gentili no programa Agora é Tarde, Feliciano tentou explicar as acusações, sendo pouco convincente.


Para apimentar ainda mais nosso carinho por este pastor, assistam a esta aula de empreendedorismo que se ensina como ganhar 46 mil reais em 8 minutos.

Que fique claro, existem diferenças entre arrecadar dízimo, receber dinheiro com um propósito digno e VENDER bençãos. Esta última, é uma heresia.

"Curai os enfermos, limpai os leprosos, ressuscitai os mortos, expulsai os demônios; de graça recebestes, de graça dai." 
Mateus 10:8


Segundo o próprio site da câmara, a principal função da CDHM é contribuir para afirmação dos Direitos Humanos, partindo do princípio que todas as pessoas possuem direitos básicos e inalienáveis que devem ser protegidos pelo Estado. E, como sugere o nome, defender as minorias.

Portanto, por qual meio será possível cuidar de temas como aborto e união homoafetiva, onde a maioria da população se diz contrária, tendo um presidente conservador e preconceituoso?

Antes que toda a culpa caia sobre os evangélicos por seu rápido crescimento, é preciso lembrar que no Brasil, os Direitos Humanos sempre foram mal vistos pela sociedade, desdenhados de "Direito dos Manos", ou de defensor dos bandidos. Portanto, a culpa deve ser atribuída àqueles que preferem votar em moralistas a votar nos que defendem ideais de liberdade. Em quem vota em candidatos que prometem meter o pau nos bandidos ao invés de votar nos que propõem educação e cultura. 

A presença de Feliciano e genéricos no congresso são apenas reflexo do que esses eleitores pensam; são representantes bem treinados, de boa oratória.

De fato a política estabelece-se através da troca de interesses mútuos, e só assim se mantém, no entanto, até que ponto medidas contraditórias e impopulares devem ser toleráveis, mesmo que democráticas? 

Por hora, tudo que podemos fazer é pressioná-lo a renunciar, com isso, infelizmente, o pastor ganha mais fama e notoriedade política, ao mesmo tempo que os moralistas se orgulham ainda mais de seu voto.

Somos meros reféns deste Calcanhar de Aquiles da democracia.


obs. Não esquecemos de você Renan Calheiros.

Escrito por: Rafael Ayala





31 de Março

Hoje, 31 de março de 2013, celebram-se duas datas marcantes em nossa sociedade. Me refiro à Páscoa de nosso Senhor e ao dia em que o Brasil foi salvo. Sim, ele foi salvo.
Há mais de  40 anos, não só o Brasil como o mundo todo, estavam em grande ebulição. O pós-guerra alterou a estrutura da geopolítica mundial, polarizou-se duas correntes ideológicas, políticas e econômicas. O comunismo e o capitalismo.
Ora, o Brasil não ficou de fora dessa disputa. Um país como essa importância era alvo estratégico para as duas super-potências da época. Internamente, grupos de esquerda e de direita digladiavam-se desde os anos 30, procurando atingir seus respectivos interesses.
O tempo passava, e a escalada vermelha pelo mundo só crescia: Leste europeu, China, Coréia, Indochina, Cuba - o quintal dos EUA.
Em meio a tudo isso, a presidência da república foi assumida pelo discutivelmente lúcido Jânio Quadros, uma boa pessoa, embora alimentasse ideias lunáticas, como invadir o Uruguai ou proibir rinha de galos. Fazendo jus à sua fama, renuncia ao cargo sem nem  completar 1 ano. Imediatamente teria-se que chamar seu vice. Acontece que o vice-presidente estava na República Popular da China de Mao-Tsé. 
Jango, aprendiz de populista - tinha sido ministro de Vargas -, assume a presidência com grandes desconfianças. O desconforto chegou ao ápice no famigerado Comício da Central, no Rio de Janeiro, onde ele anunciava medidas de cunho socialista, como nacionalizar propriedades e empresas. A população saiu às ruas, pedindo alguma intervenção. Importantes setores da sociedade estavam descontentes com o presidente.
O Exército é mobilizado, grande tensão no país inteiro, clima de guerra civil. Jango, acuado, foge para o sul, e de lá para o Uruguai. É empossado interinamente o presidente da câmara, logo após o Congresso nomeia Castelo Branco como presidente. 
E acabou-se. Esse foi o golpe. Não houve sangue derramado, como nas revoluções bolchevique ou cubana. 
O governo militar bateu? Sim, bateu em quem queria derrubá-lo. Derrubá-lo não pela democracia mas para instalar uma ditadura de esquerda. Esses grupos terroristas, que agora estão no poder, eram 1 % da população. O restante era feliz. Era a época de ouro do futebol brasileiro, festivais de musica em vários lugares. MPB, rock'n'roll, cabelos longos, mochila nas costas e pé na estrada. Era o espírito da época. Com tanto para se desfrutar, não havia o menor interesse por quem ocupava o palácio do planalto.
Hoje, a velha esquerda brasileira quer reescrever a história. Eles sofreram, e querem que todos pensem que aqueles foram anos de terror. Pois eles que façam isso. O tempo não volta mais. Só se é jovem uma vez na vida. Tudo é fugaz, e não há nada de novo sob o sol. Os anos 70 foram anos dourados, malucos e felizes.
É por isso que a revolução de John Lennon foi muito mais linda e eficaz que a de Che Guevara.

TITO

sábado, 23 de março de 2013

A importância da memória


Nas últimas décadas, um dos assuntos mais estudados sobre o cérebro humano é a memória, suas características e seu funcionamento. Apesar de haver mistérios ainda indecifráveis sobre o corpo humano, com o avanço da ciência muito se tem descoberto desde então.
Porém, existem conhecimentos sobre a memória já difundidos há tempos, desenvolvidos antes mesmo do avanço da ciência contemporânea. Um deles é a noção de que a memória exerce um papel fundamental, senão o mais importante, na formação de cada pessoa, no seu modo de ser, pensar e agir. O processo de aprendizado, tanto intelectual quanto moral, só é possível através da retenção de informações de uma determinada situação, e no posterior acesso a essas informações, quando um novo ocorrido, parecido com o anterior, exigir. Sem o ato constante de aprender, torna-se impossível realizar as mais diversas tarefas, e até mesmo a sobrevivência do indivíduo fica ameaçada.
Contudo, a memória não tem uma importância unicamente pessoal, mas também coletiva. Todas as experiências do indivíduo estão inseridas dentro de um contexto histórico, social e cultural. As tradições, que garantem a singularidade de uma sociedade, só permanecem vivas porque estão interiorizadas nos seus indivíduos e são passadas de geração a geração. Logo, sem a memória humana, não se perde apenas a individualidade, mas também toda a riqueza cultural da sociedade construída até então.
Portanto, é de extrema importância a valorização e a conservação da memória, tanto a individual quanto a coletiva. Para esta finalidade, o recomendável é o indivíduo exercitar sempre a sua capacidade intelectual, além de manter uma vida saudável e equilibrada. E também é importante haver uma conscientização sobre a riqueza do patrimônio cultural da sociedade, respeitando-o e perpetuando-o às próximas gerações.


Texto de Ana Raquel P. Mangili.

quinta-feira, 21 de março de 2013

Eustáquio Ferreiredo


Eu, que há anos ando por estas bandas, nunca vi tamanha desconcertância em um assunto tão simples. Veja que Eustáquio, chefe de gabinete do prefeito, se meteu numa fria por causa do chefe. Um fiscal do governo chegou uns dias pra trás querendo ver uns documentos do Sr. prefeito, mas o prefeito não se encontrava, sobrando o enrosco pro coitado do Eustáquio.
Acontece que os documentos eram importantes para assegurar a verba pra construção dum estádio de futebol – Construção que garantiria mais quatro anos de mandato. A primeira coisa que o Eustáquio pensou foi entrar no gabinete e ligar pro chefe.
-- Bom, seu fiscal, eu vou dá uma ligadinha pro prefeito e conferir os documentos.
-- Tá certo, senhor. Mas me diga, onde se encontra o Sr. Prefeito?
-- É... Ele ‘tá numa viagem de negócios, se me recordo, em São Paulo. Com licença – Continuou entrando no gabinete. Pegou o telefone e começou – Alô, Vera! Me liga com o quarto do prefeito, lá em Guarapari.
-- Hotel Boa Vista, Flaviana, Boa Tarde!
-- Alô, aqui é o Eustáquio Ferreiredo, do gabinete de São José do Sul, e eu queria falar com o prefeito no quarto 526!
-- Olha, seu Elázio, ninguém atende no quarto. Mas o senhor queria o que? Numa tarde ensolarada e quente como essa, o senhor acha que alguém ficaria no quarto. Ainda mais o coroa do 526, fique sabendo de... – Sem deixar a moça finalizar, Eustáquio desligou o telefone, aflito e preocupado em achar os documentos para o fiscal.
Depois de revirar o gabinete, sem sucesso, o pobre chefe de gabinete volta ao saguão de espera da prefeitura. O fiscal, antes absorto em conversa com dona Ana Bólita, a secretária, agora se vira para Eustáquio, já com uma caneta nas mãos.
-- Eu... Meu... Seu fiscal, eu não pude falar com o senhor prefeito, ele estava numa reunião importante em Belo Horizonte.
-- Mas ele não estava em São Paulo? – retrucou rapidamente o fiscal.
-- É, mas... Teve que pegar um vôo direto a Belo Horizonte, pra tratar de uns assuntos – replicou mais rápido ainda o chefe de gabinete – Mas, sua assistente pessoal, Glória, me disse que os documentos estão lá com eles e que o senhor pode passar aqui na quinta da semana que vem que tudo vai ‘tá certinho pro senhor vistoriar!
-- Pois bem, seu Eustáquio, o prazo vence hoje, e se os documentos não estão aqui, eu vou ter que cancelar a verba pro novo estádio de futebol.
-- Não! Não faça isso, seu fiscal. Dá um jeitinho nesse prazo pra gente! Se não a eleição... Digo... A população vai ficar sem estádio... – Com este escorregão, Eustáquio ficou mais nervoso e vermelho do que já estava e soltou uma leve gagueira.
-- Então, o senhor e o seu prefeito só pensam em faturar a eleição do mês que vem! Meu caro, aqui acaba minha visita nessa prefeitura! Passe...
-- NÃO! PELO AMOR DE DEUS, SEU MOÇO! O se-senhor tem que aprova-var a verba, o pre-prefeito vai me ma-matar! Eu... Eleição... Verba... tic-tic-tic... – E com esse ruído, Eustáquio foi ao chão, babando e grunhindo feito um louco. O fiscal, com pena do coitado deu mais uma chance, afinal.

Na quarta-feira, o prefeito entrava pelo saguão já perguntando sobre Eustáquio. O porquê dele ter ligado pro prefeito num descanso.
-- Era sobre a verba do estádio! O fiscal veio aqui na sexta passada – Respondeu a secretária Ana Bólita.
-- Deu tudo certo, né?
-- Mais ou menos, seu prefeito.
-- Mas, e...?
-- O fiscal disse que virá amanhã ver os papéis com o senhor. E eu já providenciei estes papéis. Mas ele fez isso por pena do Eustáquio.
-- O que aconteceu com ele, dona Ana?
-- Depois de tanta pressão pra enrolar o fiscal, o pobrezinho caiu no chão babando. Teve que sair daqui de ambulância. Pelo que eu sei tá internado no asilo de loucos, mas não melhorou quase nada desde sexta.
-- Mas, então o estádio foi aprovado!
-- Ahmm... Foi sim.
-- Perfeito, dona Ana, perfeito!


Texto de Bernardo Fontaniello.

A primeira impressão é a que fica? Veremos.

Olá, pessoal!
Tentei, em vão, publicar aqui um post de um blog que tenho há um tempo. Como ficou ruim copiar e colar, e eu estava (e ainda estou) com preguiça de digitar todo o texto, e no momento me passa pela cabeça uma ideia que venho tendo, mudarei o post e farei um novo aqui. Pois bem, vamos lá.

Acredito que a função primordial de um professor, seja ele do ensino fundamental, seja do ensino médio ou superior, é transmitir conhecimento e insistir no aprendizado dos alunos. Dependendo do assunto em questão, é importante que haja um posicionamento por parte do docente. Que o mesmo passe sua posição aos alunos, não omitindo, porém, os fatos contrários ao seu pensamento.
Faço tais colocações porque, nestas primeiras semanas de aula, tive - e ainda tenho - a impressão de que um de nossos professores, no caso, o Dino, transmite-nos, sim, a realidade do jornalismo e da imprensa brasileira, ao mesmo tempo em que se posiciona partidária e ideologicamente, tratando dos assuntos com enfoque quase unilateral, sem, muita vezes, ouvir e concordar com opinião adversa, ou mesmo, partindo dele, mencionar pontos contrários e visões diferentes das que ele possui.
É óbvio que é muito cedo para julgar qualquer aula, conteúdo ou professor. Aliás, não sou eu a pessoa certa a julgar alguém. A questão aqui não é realizar julgamento, é apenas registrar o que penso, e o que, pelo que parece, mais pessoas de nossa turma pensam também.
Certamente, como todo professor da unesp e de outras instituições públicas de ensino, o Dino sabe, e muito bem, a respeito dos assuntos que aborda. Com certeza ele carrega conhecimento bastante grande e suficientemente bom para nos ajudar neste começo, numa disciplina que introduz o jornalismo a estudantes recém-chegados. Só atento a essa tentativa de persuadir, como que adotando um posicionamento subjetivo das coisas e transmitindo-o como verdade para nós.
Se ele é esquerdista e ateu - impressões que tive - eu respeito, como qualquer outra pessoa. Não acreditarei fielmente, porém, que o que é dito em sala de aula seja a verdade sobre o jornalismo e principalmente sobre o Brasil, quem dirá sobre o mundo.

Henrique M. Cisman.